
Política
Isenção do Imposto de Renda até R$ 5 mil: veja quem ganha, quanto você economiza e quando a nova regra começa a valer
26 de novembro de 2025 • 4 min de leitura

Isenção do Imposto de Renda até R$ 5 mil: o que muda na prática para trabalhadores e empresários
A ampliação da isenção do Imposto de Renda finalmente saiu do papel. O governo federal sancionou a regra que libera do IR todos os brasileiros que ganham até R$ 5 mil por mês, uma mudança que impacta diretamente trabalhadores formais, servidores, autônomos e pequenos empresários. A nova tabela começa a valer em 1º de janeiro de 2026 e inaugura uma das alterações mais amplas dos últimos anos na tributação da pessoa física.
Além da faixa totalmente isenta, quem recebe entre R$ 5.000,01 e R$ 7.350 terá descontos progressivos no imposto, reduzindo consideravelmente o valor devido. O Trendahora reúne abaixo, em formato explicativo e com base em dados oficiais, tudo o que muda e como isso afeta seu bolso a partir de 2026.
Como era a isenção do IR antes da mudança
Antes da nova lei, a faixa efetiva de isenção era limitada. Mesmo com o desconto simplificado, na prática ficava em torno de R$ 3.036. Qualquer salário acima disso já entrava na cobrança progressiva do IR.
Por isso, trabalhadores que ganhavam pouco mais de três salários mínimos já tinham desconto de imposto na folha, mesmo enfrentando custo de vida alto e inflação acumulada.
A promessa de elevar a isenção para R$ 5 mil era antiga e pressionada por centrais sindicais — agora virou realidade.
O que muda agora: isenção total até R$ 5 mil
A partir de 2026, quem tiver renda mensal de até R$ 5 mil ficará completamente isento de Imposto de Renda. Isso vale para:
- trabalhadores CLT,
- servidores,
- aposentados,
- autônomos,
- pequenos empresários que declaram como pessoa física.
O Ministério da Fazenda estima que cerca de 15 milhões de pessoas serão impactadas — 10 milhões ficam totalmente isentas, enquanto outras 5 milhões terão redução parcial do imposto.
A lei foi aprovada de forma unânime no Congresso e sancionada em cerimônia no Palácio do Planalto.
Descontos escalonados para quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7.350
Mesmo quem ganha acima dos R$ 5 mil também será beneficiado. A lei criou uma série de descontos progressivos, funcionando como uma transição entre a faixa isenta e a alíquota cheia.
A lógica fica assim:
- até R$ 5.000,00 → isenção total;
- entre R$ 5.000,01 e R$ 5.500,00 → desconto de até 75%;
- entre R$ 5.500,01 e R$ 6.000,00 → desconto de até 50%;
- entre R$ 6.000,01 e R$ 6.500,00 → desconto de até 25%;
- entre R$ 6.500,01 e R$ 7.350,00 → ainda há redução, mas menor;
- acima de R$ 7.350,01 → volta a valer a tabela normal com alíquota máxima de 27,5%.
O objetivo é evitar saltos bruscos de tributação e aliviar parte da classe média.
Exemplos reais: quanto você pode economizar por ano
Simulações sobre casos comuns mostram o tamanho do impacto:
- Um trabalhador que recebe R$ 3.650 por mês pode economizar mais de R$ 1 mil por ano.
- Uma professora com salário de R$ 4.800 pode ver um alívio anual de quase R$ 4 mil.
- Um autônomo que faturar cerca de R$ 5.450 mensais poderá poupar mais de R$ 3,2 mil por ano.
Os valores variam conforme deduções como dependentes, plano de saúde, educação e INSS — mas o ganho líquido é evidente.
Impacto para trabalhadores CLT, autônomos e pequenos empresários
Para quem é CLT, o efeito aparece direto no holerite, mês a mês. O salário líquido sobe, e isso funciona como um “reajuste indireto”: você recebe mais sem que o empregador aumente o salário bruto.
Para autônomos, a mudança reduz o carnê-leão e tende a aumentar a restituição ou diminuir valores de ajuste no IR anual.
Para pequenos empresários, especialmente os que recebem via pró-labore, abre-se espaço para revisar estratégias de retirada. Um pró-labore dentro da faixa isenta pode ser vantajoso — mas sempre com orientação contábil para evitar problemas com a Receita.
Como o governo vai compensar a queda na arrecadação
A ampliação da isenção cria perda de arrecadação, e o governo já delineia contrapartidas voltadas às altas rendas. Entre elas:
- criação de uma alíquota mínima efetiva para quem ganha acima de R$ 600 mil por ano;
- avanço na tributação de dividendos, ainda baixa no Brasil;
- revisão de benefícios fiscais considerados distorcidos.
Em resumo: o governo desloca parte do peso tributário da classe média para o topo da pirâmide.
PLR e redução de jornada: o que ainda está em discussão
A isenção até R$ 5 mil não encerra o debate trabalhista. O presidente Lula demonstrou interesse em:
- ampliar a isenção da PLR, que hoje tem limite específico;
- discutir redução da jornada semanal de trabalho.
Porém, não há prazos definidos para essas pautas. A prioridade, segundo o governo, era concluir a nova tabela do IR — etapa agora finalizada.
O que trabalhadores e empresários devem fazer agora
Até a entrada em vigor da tabela em 2026, especialistas recomendam:
- acompanhar comunicados da Receita sobre a aplicação da nova regra;
- revisar com o contador a forma de declarar rendimentos;
- ajustar pró-labore e formas de remuneração, quando fizer sentido;
- manter comprovantes de despesas dedutíveis em ordem.
O efeito para a maioria é direto: mais dinheiro no bolso.